Artista multimídia e poeta, nascido em 1991 no vale do Araguaia , região de fronteira entre Goiás e Mato Grosso, lugar determinante para entender a essência e as motivações de seu trabalho. Sua pesquisa emerge de sua vivência no sertão do centro-oeste, marcado pela configuração de sua família mestiça e marginalizada, o artista investiga a construção do Brasil confrontando os projetos de identidade, memória e esquecimento que sustentam a história oficial, na medida em que busca resposta sobre a própria origem. Nascido em uma estrutura familiar moldada pela violência e o abandono, a história e o trabalho do artista se misturam denunciando temas de um brasil “esquecido” fruto do coronelismo e do garimpo às margens do Rio Araguaia.
Desdobrando-se sobre o conceito de memória-esquecimento, identidade e a “escrita-reescrita” da história o artista se apropria de objetos simbólicos oficiais e de processos de documentação que foram utilizados nas últimas décadas (como a datilografia, datilograma, carteiras de identidades, carimbos) materiais e processos técnicos utilizados para documentar o oficial e portanto capazes de forjar a mitologia e a história de um país e marcar a individualidade. Em sua pesquisa multidisciplinar, transitando entre a pintura datilográfica, a infogravura, instalação, vídeo-arte e a criação de objetos, Hal Wildson se utiliza dos recursos de documentação do oficial para questionar os projetos de “memória e esquecimento” aplicados como políticas de controle social, seu trabalho ousa confrontar e disputar o poder do simbólico como alternativa de criar realidades mais justas.