Mitos, contos y alegorias desamarrados em um pano de boca.

Imagine… o céu.
Nuca tombada, cervical tensionada, torácica enrijecida, lombar vibrante, sacro alongado, cóccix dormente.

Temporal derramado, asa maior a bater, frontal a aquecer para na lâmina orbital descansar y no osso lacrimal despejar o prazer em evocar imagem.

Mandíbula esticada, forame mentual y maxila esgarçadas ao perceber entre tantos devaneios o próprio céu dentro de si. Este mesmo profundo, inflamado y refletivo na fumaça de um hálito embriagado a menos de noventa graus em direção ao púlpito superior das ideias de gente sobre o mundo.

O poder de fabricar verdades a partir do que se vê.

Imagine, então, a devoção que se ergue na quebra do semitendíneo em queda, no afinco da patela y no impacto do músculo tibial anterior sobre o solo!

A expansão do visível enquanto sistema de fé.

Imagine, também, na sinfonia de uma só nota conduzida por muitas vozes, a articulação radiunar proximal arder y elevar radio y ulna na rendição do carpo, metacarpo y das falanges de palmas viradas às estrelas.

A materialização da imagem enquanto sistema de ordem.

Tudo absoluto se estabelece naquilo dito seu lugar, a engrenagem da iconografia prevalece em alta gesticulando a propaganda do belo, do amor y da guerra.

As imagens mentem.

iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, quanto torpor!

Ainda, assim, desobedeça. Desorganize, desconfigure, desconjunte y desacorde cada centímetro do senso comum de formalização das coisas, doutrinadas a partir de funções míseras de mecanismos de poder cretino que interpelam a liberdade da existência natural.

Desfigure.

Desfigure a imagem. Desfigure a imagem da imagem, da imagem da imagem y da imagem y, também, desfigure a imagem da imagem da imagem, até a figura não ser mais imagem y com ela se vá a representação, a personificação, a parecença, o símbolo, a imitação, a cópia, o retrato, cena, o ícone, o modelo, semelhança, o reflexo y a replica para que finalmente sejamos completamente tomados pelo sensível.

Conte à ela que até os anjos nos flagraram dançando.

Igi Lola Ayedun