ArPa 2022 | stand A05
Décimo sétimo
, 2022O mundo converteu-se em pedra. Muros, concreto, fronteiras e grades. Uma lenta petrificação que não parece poupar nenhum aspecto da vida, como se nada pudesse escapar ao olhar implacável da Medusa. O que resta, em reminiscências fotográficas ou nas lombadas desbotadas do que já foram livros, denunciam o percurso que nos trouxe até aqui, a começar pela colonização: “Pedra/carne rememora o trabalho dos vencidos, dos que tiveram usadas carne de seus corpos para a construção das cidades.”1. Corpos escravizados transformados em pedras, pavimento em que pisamos, em nome do progresso.
E o tal do “desenvolvimento” seguiu o rumo insustentável do capital em paisagens áridas, cemitérios de pneus. É a borracha, são os corpos abandonados na paisagem em troca do dinheiro.
Por fim, vão-se os livros. Não foram queimados, como imaginava Ray Bradbury em Fahrenheit 451, mas desacreditados e suprimidos das escolas por agendas conservadoras fantasiosas. Sobraram as telas vazias dos celulares, os robôs de cabeças abaixadas e os profetas de telegram.
“Medo? Nem os de Casa”. O espelho continua posto, à espera de Perseu e as plantas insistem em brotar pelas frestas, nas culturas de rua, entre as rachaduras dos muros institucionais 2.
1.Cauê Alves, Lucas Dupin: a parte pelo todo, 2022, p.7
2.Luis Antonio Simas, O mergulho nas brasilidades, 2021
Paulo Kassab Jr.
Sem Título
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