A exposição “Como vai você geração 80?” realizada no Parque Lage, no Rio de Janeiro em 1984, marca o início de sua atuação no cenário artístico brasileiro e de uma série de exposições individuais e coletivas, nacionais e internacionais. Sua obra foi premiada em diversos salões de arte ao longo de sua carreira e faz parte de acervos públicos e privados.

Pesquisador do movimento e da percepção, Claudio Alvarez propõe desafios ao olhar, construídos como mecanismos nos quais aquilo que vemos entra em contradição com aquilo que sabemos. Ilusões de ótica, jogos de espelho e iluminação, objetos móveis e formas dinâmicas são elementos que formam seu amplo repertório de jogos visuais. Desde cedo, Claudio costumava recolher sucata e criar seus próprios brinquedos. O seu hobby em mecânica o influenciou a criar máquinas, como pequenos simulacros tecnológicos, em um período no qual a aproximação entre tecnologia e arte levantava diversas questões, tais como a própria função da arte e as possibilidades estéticas na criação de máquinas, resultantes da junção entre arte e indústria datadas desde o começo do século XX.

Suas experimentações escultóricas convidam o público a interagir, de modo que este descubra em cada estrutura metálica um movimento singular. Este dinamismo, decorrente da ação do público sobre a obra de arte, faz cada objeto reagir de maneira a criar efeitos perceptivos próprios. A relação entre movimento e percepção toma corpo através da cor, em sua obra “Azul Crescente”, no qual o movimento pendular capacita e dá vida à cor azul, fazendo com que esta ressoe ritmicamente sobre uma concavidade reflexiva posicionada logo atrás.

Já em “Coletor de Imagem”, o artista utiliza-se de elementos como a luz e o reflexo para criar um divertido jogo, no qual explora a natureza da imagem e nos faz perguntar – no que consiste uma imagem, senão em sua essência, uma composição entre matéria e luz? Suas obras conseguem carregar em si mesmas preocupações de ordem conceitual e histórica sobre o papel da arte no mundo tecnológico, ao mesmo tempo em que presenteia com uma vivência lúdica de fácil apreensão tanto o público leigo quanto especializado, caracterizando-o como um artista indispensável para a compreensão do mundo da arte na atualidade.